5/29/2014

Carpe Diem

Título clichê, não? Definitivamente. Mas creio que certos clichês são inevitáveis e muito necessários, assim como todo o simbolismo do Carpe Diem. A expressão em latim quer dizer "aproveite o dia de hoje", passando a ideia de aproveitar a vida ao máximo. O interessante é a quantidade de tipos de aproveitamento de vida presentes por aí. Para alguns, aproveitar a vida é ir para festas, ter vários relacionamentos amorosos e encher a cara, enquanto para outros significa estudar bastante para conseguir um excelente emprego. Não posso interferir no Carpe Diem de ninguém, porém gostaria pelo menos apresentar o que para mim seria a melhor forma de aproveitar a vida.
Locus Amoenus (a busca de um lugar tranquilo para viver: o campo) e Aurea Mediocritas (busca por uma vida simples e pobre no campo) são dois clichês do Arcadismo, que estão altamente ligados ao clichê Barroco citado anteriormente. Para mim, a felicidade está na simplicidade. Vivemos num mundo altamente materialista, mais preocupado com a estética do que com a essência. Na minha concepção, as ideias árcades de "fuga ao campo" encontram-se no nosso interior, em nós mesmos, basta querermos. O afastamento da cidade, do caos, não é algo necessariamente físico, mas talvez psicológico. Logo, a receita da felicidade está representada no acatamento do verde no sentido de paz, tranquilidade e harmonia, ou seja, encontrar um equilíbrio, balanceando a agitação da cidade, que seria todos os distúrbios, problemas e momentos de tormenta.
Engraçado parar para analisar esses termos em latim, porque assim cada um de nós poderá ter sua própria interpretação do que se quer na vida, de como expandir os horizontes e enxergar o caminho que devemos seguir: o caminho da felicidade.

5/25/2014

"O Impossível", comentado.

Hoje assisti ao filme "O Impossível" (2011), dirigido por Juan Antonio Bayona. Para quem ainda não conhece, abaixo segue a sinopse: (fonte: Cineclick)

A história de uma família em meio ao tsunami que assolou o litoral da Tailândia, em 2004. Maria (Naomi Watts), Henry (Ewan McGregor) e seus três filhos iniciam suas férias na Tailândia em busca de alguns dias de sossego no paraíso tropical. Porém, na manhã de 26 de dezembro, enquanto a família relaxa na piscina depois das festividades de Natal, um terrível barulho surge do centro da terra. Maria, paralisada, vê à sua frente uma enorme parede de água suja que vem ao seu encontro.


Eu adoro filmes de ficção científica, de comédia, de romance, entre outros, mas preciso admitir que nunca dei o valor merecido aos filmes que dão lições de vida, que mudam nossa concepção da realidade. Sendo assim, resolvi fazer essa postagem para incentivar vocês a verem esses tipos de filmes e para fazer uma breve análise do que me foi perceptível no filme que peguei como exemplo.


(Atenção! A partir daqui, você estará sujeito à SPOILERS)


Algo interessante que notei foi em relação à família protagonista, que tinha condições econômicas muito boas, enquanto o resto da ilha em que estavam apresentava uma população bem carente, que vivia em uma situação bastante precária, evidenciando um contraste bem forte.

Durante o tsunami, enquanto Maria (Naomi Watts) está tentando recuperar o filho mais velho, Lucas (Tom Holland), uma das cenas mais marcantes do filme é retratada. Maria é perfurada por um galho, mas continua, passando a ideia de não desistir, de ter perseverança, de ter força de vontade e mais importante ainda, pensar no próximo. Se não tivesse se esforçado, seu filho estaria solto no mundo, sem ninguém.
Outra demonstraçãode resistência está presente quando Henry (Ewan McGregor) deixa os dois filhos menores irem para as montanhas, onde estariam seguros, para ir em busca de sua esposa e do filho mais velho, uma escolha mais do que tortuosa. Não desistindo e não se entregando, ele corre em busca de sua família e não se deixa abalar pelas condições psicológicas.
Maria, Lucas e um bebê chamado Daniel, que foi resgatado por eles, foram encontrados por nativos. Foram levados para um hospital, que estava simplesmente lotado. Maria conversa com Lucas, dizendo-lhe que queria que ele tomasse uma iniciativa e ajudasse aquelas pessoas, que estavam passando por tanta dificuldade e tanta dor, afinal, as consequências de um tsunami não são devastadoras apenas fisicamente. O que nos faz pensar que sempre há algo que possamos fazer, não importa o quão simples pareça, sempre há uma reação para a cada ação.
Enquanto Henry procura Maria e Lucas desesperadamente, conhece um rapaz que perdeu a esposa e as filhas. O rapaz estava economizando a bateria do celular, com esperanças de que a família ligasse para ele. Ao ouvir a história de Henry, o rapaz percebeu que tinha de ajudá-lo e emprestou seu celular para que Henry pudesse se comunicar com a família que estava nos Estados Unidos. A beleza desta cena está contida no altruísmo do rapaz, pois ele também estava passando por dificuldades, mas deu o pouco que tinha para ajudar Henry.

Contei apenas algumas partes do filme para vocês perceberem o quanto que se pode aprender em apenas 114 minutos. Após absorver tantas coisas boas, com uma essência totalmente solidária, não se esqueça de colocar em prática.

5/11/2014

Para aquelas que nos deram à luz...

Mães de sangue, mães de coração e madrinhas, parabéns pelo dia de vocês. Hoje de manhã, após todas as formalidades ditas como em qualquer outro dia das mães, fiz questão de deixar bem claro para a minha mãe que todo dia é o dia dela, mas que estava fazendo aquela cerimônia toda porque era necessário simbolizar em 1 dia o que ela fazia por mim nos outro 364 dias do ano.
O dia das mães se tornou algo mais comercial do que algo realmente feito para apreciar todo o cuidado e altruísmo de sua mãe, porém é legal vê-la se sentindo tão especial e amada, mesmo que por um dia, apesar de o ideal seja vê-la assim todos os dias. Ou seja, ame-a! Declare-se, diga que não seria nada sem ela (literalmente) e que tê-la em sua vida é uma benção. Ás vezes nos esquecemos do quanto essas mulheres se esforçam para nos verem sorrindo e acabamos não reconhecendo o valor delas.
As diferenças que você pode ter com a sua mãe, não importa quantas sejam, são ínfimas. Mesmo que ela seja cheia de defeitos, ou que seja uma péssima mãe, lembre-se que ainda assim ela fez muitas coisas por você, ela pensou em ti. Infelizmente, há casos desumanos em que mulheres que não mereciam ser mães, concebem um ser quase divino, cheio de amor para dar, mas são extremamente mal-tratados. Para estes, digo: "Perdoai e serás perdoado", ou até, "Cada um dá o melhor que tem no coração". Boa sorte domando as mães de vocês e lembre-se de que todos somos irmãos, estamos aqui e temos o direito de errar, para evoluirmos. Afinal, é errando que se aprende.
Para ressaltar a importâncias dessas deusas olimpianas, uma música bem forte que eu amo:

Mulheres de Atenas - Chico Buarque

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas
Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem imploram
Mais duras penas; cadenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos
Poder e força de Atenas
Quando eles embarcam soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam, sedentos
Querem arrancar, violentos
Carícias plenas, obscenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos
Bravos guerreiros de Atenas
Quando eles se entopem de vinho
Costumam buscar um carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas, Helenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas:
Geram pros seus maridos
Os novos filhos de Atenas
Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito, nem qualidade
Têm medo apenas
Não tem sonhos, só tem presságios
O seu homem, mares, naufrágios
Lindas sirenas, morenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Temem por seus maridos
Heróis e amantes de Atenas
As jovens viúvas marcadas
E as gestantes abandonadas
Não fazem cenas
Vestem-se de negro, se encolhem
Se conformam e se recolhem
Às suas novenas, serenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Secam por seus maridos
Orgulho e raça de Atenas

5/01/2014

Por um mundo melhor.

Custa dar um abraço em alguém? Custa fazer um elogio? Custa dar um sorriso? Não custa. E vale a pena. Se nós fizéssemos apenas um pequeno esforço todos os dias para tornar a manhã de alguém melhor, o mundo iria melhorar tanto. Nem precisaria ser uma pessoa que nunca viu na vida, poderia até ser mesmo um amigo. Só do fato de você dizer para ele o quanto é especial em sua vida, tenha a certeza de que isso muda uma pessoa por dentro.
Acho que o que falta na gente não é amor, mas sim coragem para expressá-lo. Não devemos ter vergonha de dizer todas as coisas boas que desejamos para as pessoas, nem de realizar singelos gestos de carinho para confortar alguém. Não se esconda, cada um dá o que tem de melhor no coração.
Pelo incrível que pareça, ajudar as pessoas é uma terapia, é um gesto que tem até um certo tipo de mutualismo, ao mesmo tempo que você ajuda alguém, você esquece de si mesmo, de seus problemas, dos seus tormentos e de todo seu superficialismo. Quando ajudar as pessoas se torna uma ação repetitiva no seu cotidiano, você abre um caminho para a felicidade entrar em seu coração. Ao deixarmos de ser egoístas, detonando nossas mágoas realizando coisas boas, uma paz nos domina e lá permanece, basta tomarmos os cuidados necessários para que ela não se vá, ou pelo menos, para que fique conosco na maior parte do tempo.